Existem formas de ser, que não devem se contrapor às nossas formas de ser. Flexibile, a-tensão... observação. E, de algum modo, contemplação. Inseridos nesse espectro de ar leve, nos colocamos alheios ao atrito e à violência que dança naquele espectro de tensões. Não que esse estar alheio seja um dever-ser, irrevogável, o que por si só já tornaria essa a-tensão uma tensão, mas o que se pretende aqui é mostrar uma via possível para olhar as coisas sob novos modos. Novos modos...E que por serem novos já carregam em si o apelo de sua identidade - "eu não sou aquela espécie de tolerância cristã". Aquela mesma com ares de sacristia, que "olha de cima", pois perdoa, afinal não sabem o que fazem. A espécie de tolerância que falo, ou tento mostrar, possui muitos e muitos apelos para a sua identidade - "eu não sou aquela espécie de sagaz e prostituta sapiência socrática", que se vende pela verdade. Eu transpasso por ela. Eu tolero até mesmo a verdade.Eis a tolerância em sua identidade: o puro fluxo e movimento que tolera até mesmo a percepção. Tolera a si mesma, tolera o nada... tolera o tudo.E é justamente nesse fluir, que a percepção nasce de modo mais limpo e passa a percorrer vias alheias àquilo que é comum. E deste olhar de fora, apreende o comum. Indaga o comum. Se lança em profundos mergulhos no comum e o sente. E o perscruta. E até mesmo o vive. Mas não se contamina por ele.No contato com aquilo que é comum, deste modo singularmente tolerante, criam-se conexões que nos permitem dialetizar. É a dança da transformação. Surge a troca dialética que compreende, e portanto é educada. Derroga-se a relação vertical nessa comunicação. Aquela que participa, e tolera, e compreende, enquanto educa é educada "em diálogo com o educando, que ao ser educado, também educa ...'. - Desse processo, advém um conhecimento que é crítico, porque foi obtido de uma forma autenticamente reflexiva, e implica em ato constante de desvelar a realidade, posicionando-se nela." - como diria o prof. Paulo Freire.
Nesta postura, e nesse justo e pragmático sentido de ser, extingue-se naturalmente certos rastros e espectros, estes, por sua vez, fatos geradores de especiais condicionamentos – aqueles da moral de rebanho. Evocadores da supressão cabal do processo reflexivo e do senso crítico. Mas a questão dos rastros, espectros e moral de rebanho já é outra história. Deixemos esta parte para depois. :)
Nesta postura, e nesse justo e pragmático sentido de ser, extingue-se naturalmente certos rastros e espectros, estes, por sua vez, fatos geradores de especiais condicionamentos – aqueles da moral de rebanho. Evocadores da supressão cabal do processo reflexivo e do senso crítico. Mas a questão dos rastros, espectros e moral de rebanho já é outra história. Deixemos esta parte para depois. :)
Raphael Bortoli de Souza, em 31/03/2009
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