sexta-feira, 12 de junho de 2009

O Ovo ou a Galinha

O que vem primeiro, o 0vo ou a Galinha?Este assunto sempre foi tema de intença discussão, gera dúvidas, cria polêmica, mas nunca fugiu ou se separou das questões relacionadas com a vida, a existência. Pois bem, aí vai o meu palpite, escrevi sobre este tema no dia 16/02/09, mas só pude publica-lo hoje...Primeiramente vem a Galinha, depois o 0vo, visto que a Galinha é quem bota o 0vo botado. A Galinha bota, o 0vo é botado (passivo de...).Segundo porque toda Galinha bota 0vos, mas nem de todos os 0vos eclode um filhote, (adoro 0vo frito).A galinha por si só não gera decendentes. A galinha é um ser atuante no planeta, se reproduz e preserva a espécie, mas, para que ocorra a fecundação se faz necessária a atuação de um segundo organismo, o macho (no caso o Galo), para que ocorra a germinação do 0vo.A galinha vem primeiro porque o Universo tem vida, é animado, assim como as espécies que o compõe, a Galinha acontece enquanto o 0vo serve de acontecimento.A Galinha vem, o 0vo vai.Finalmente, mas não menos relevante, levamos em consideração ao processo de multiplicação das células através da divisão celular, a Mitose, das quais se originam os órgãos e tecido, gerando dessa forma outros organismos multicelulares, o quaias, através da reprodução sexuada possibilita a vida de um terceiro, ou, de um 0vo germinado.Obs:.É muito legal observarmos na Natureza um paradoxo matemático onde, se dividir é o mesmo que se multiplicar, ou seja, divisão é igual ou maior que multiplicação. Processo que estudamos e conhecemos por Mitose (divisão celular), uma indivíduo unicelular se divide, gerando dois indivíduos, os quais também se dividirão tornando-se outros quatro e assim por diante, logo, temos um típico caso de multiplicação por divisão.. é um paradoxo certo?Tá, e qual seria a relação disso tudo, com, por exemplo, as doenças psicossomáticas?É aquele caso em que poderíamos nos perguntar: Sofre porque está doente ou está doente porque sofre?Bem, acredito que o desapego á qualquer doença pode se tornar uma fonte de cura para a mesma, é importante o paciente entender que antes da doença X existe a pessoa Y, a qual deve ser tratada com todo respeito e ética;Se auto-rotular ou ser rotulado por um profissional da área da saúde é um ato gravíssimo, podendo cronificar uma doença psicossomática. Uma pessoa que ouve de seu médico que está doente e que sua doença deve ser tatada ao longo de toda a vida pode ser pior do que condená-lo a morte, uma vez que se dissipa suas esperanças e dilaceram seus sonhos, o paciente se torna prisioneiro psíquico de sua efermidade.Psiquiatras, que tendem medicar, drogar e testar novos tratamentos com base medicamentosa em pacientes vulneráveis são um dos exemplos de profissionais, que, embora altamente capacitados, se esquecem que antes de se tratar a doença, precisa-se tratar o paciente, com integridade e em sua totalidade. A proposta não é esconder a verdade de um diagnóstico do paciente, mas c0nsiderar a sua doença como tratável de modo que este paciente possa sim, ter uma vida digna e feliz, com tratamento terapeutico antes mesmo de qualquer tratamento medicamentoso.Conclusão:Trabahar em cima do comportamento do paciente pode diminuir consideravelmente seus sintomas psicossomáticos, evitando superdosagens de drogas medicamentosas, promovendo assim, saúde mental e física do mesmo. Isto, é abordar o paciente e seus sentimentos e emoções.A doença e seus sintomas patológicos devem ser tratados como complemento evitando ao máximo a exposição do organismos à drogas químicas, seus efeitos colaterais e a dependencia química como controle comportamental oque pode funcionar a curto prazo, mas pode causar problemas posteriores muito mais complexos, criando assim uma rede ou cadeia de drogas atuando sobre um organismo que se tornará gradualmente incapaz de reagir por si só, será escravo das químicas modernas.
Dante Lippi Garcia - Estudante de Psicologia -Sorocaba, São Paulo

A Correção do 12 Traços

Nos meus quatro anos de faculdade antes de entregar minha monografia sobre o Instinto Humano, me aventurando nas estradas da “psicologia evolutiva” e me formar Bacharel em Psicologia, sempre busquei seguir a teoria comportamental (Skinner), mas entendendo que no fundo, não poderíamos ser apenas, “lousas em branco” à espera de serem escritas e modificadas, criaturas apenas moldadas pelo ambiente, até me deparar com certo pressuposto que diz “rejeitar a teoria do traço”. A partir daí, comecei a me focar na Junguiana, muito mais pelo fato de ser uma teoria que incentiva a livre conclusão sem imposição, do que pela adoração à Mitologia.No fundo, sempre sonhei em criar uma teoria que unificassem ambas, sempre sentia a necessidade de um inter-relacionamento de ambas as diretrizes a fim de, no futuro, proporcionar aos meus pacientes técnicas que melhor se ajustassem às suas necessidades mais urgentes. Para isso se faz necessária uma visãi ambivalente, visto que o nosso consciente é importante para o Inconsciente, e o inconsciente é continuamente influente para a nossa consciência.Entretanto, dentro das obras de Augusto Cury, se faz possível identificar uma notável atitude de integração entre Teoria Comportamental e Teoria Psicanalítica.Em sua coletânea “Análise da Inteligência de Cristo”, é mostrado Jesus do ponto de vista físico, psicológico, não místico-religioso, tal qual “o homem filho do homem”,Daí, em minha opinião, entende-se que niguém pode transformar ninguém, mas pode, de certa foma transformar suas relação com o outro, de forma a permitir que outro exercite a autoconsciência e transforme a si mesmo, facilitando sua real condição de existêncial, "as eficazes mudanças das relações interpessoais foca-se no processo e não no conteúdo" (Irvin D.Yalom) .(Consciente)Os Doze Apóstolos de Cristo talvez, neste sentido, nos permita de maneira subliminar entender que, dentro de inúmeoas personalidades distintas da humanidade, existam 12, doze subtipos característicos, prédeterminando assim, uma espécie de impressão de temperamento psicológico digital dentre as 12, desenvolvida, aí, pela subjetividade de cada um, criando assim um Traço único em cada peronalidade humana. (Inconsciente)Logo, se pudéssemos entender os mecanismos psicológicos e a forma (processos) como Jesus tentou ao longo de toda sua vida ensinar cada um dos apóstolos (subtipos) por meio do diálogo e do simples exemplo de existência, para que, assim, pudessem se autocorrigir, entenderíamos quais tipos de técnicas mais adequadas a determinada personalidade pré concebida, “caractere inato”.Ao discutir tal hipótese teórica para a minha esposa, ela me perguntou se eu descreveria cada uma delas, respondi: Quem sou eu?Fica aí então, um curioso desafio para cientistas e filósofos discernirem, ou apenas um pensamento para cutucar a crença e a fé de cada um, foram 12 Apóstolos, poderiam ter sido 13, 14, apenas um?Rever conceitos e se repensar, são fundamentos essenciais para a evolução holística do ser humano.De qualquer forma, ao ler este artigo você já teve que pensar sobre isso, não teve?
Dante Lippi Garcia - estudante de psicologia - Sorocaba, São Paulo, Brazil

segunda-feira, 8 de junho de 2009

Máscaras vestindo o vazio

Não podemos crer na total transparência dos seres; é necessário aceitar que os outros tenham segredos, regiões de solidão. A maior prova de amor será colocar-se a distância e aí não querer penetrar. - Disse um anjo, certa feita.
Entretanto, não conquistamos ainda nenhuma angelitude. É possível não querer penetrar, mantendo-se à distância, destas regiões de solidão? O egoísmo todo próprio do não querer sofrer, disfarçado de um querer bem a priori, não nos permite manter distância dali. E eis o mais assustador: nossa entrada nessa câmara de isolamento nos permite ver tudo – e vêmos justamente o nada. Eis 'os segredos' – não há nada ali. Ultrapassado o protocolo social, aquilo que seria apenas pro forma passa a ser cotidiano. Condicionamento em um processo inconsciente submetido às normas sociais. Não há nada no indivíduo contemporâneo que ultrapasse o condicionamento cultural. Massificação, latu sensu. Os ditos segredos são apenas anomalias, sob os olhos dessa mesma cultura, efeitos gerados pela estrutura cultural. História. Anomalias nem sempre. Às vezes, simples dissonâncias.
Nesse sentido, o pensamento isolado diante do vazio da massificação contemporânea, diante do bestial homogêneo, criador de previsíveis, obriga o discurso a vociferar uma reflexão meta-ética: é preciso questionar a ética contemporânea. É preciso questionar valores, costumes, é preciso questionar tudo aquilo que rege a coletividade e a faz ser assim, deste modo – uma paradoxal antinatureza. A própria impetração do dever-ser cultural tolhe e castra formas de ser, criando rupturas e as chamadas anomalias, dissonâncias: meras respostas naturais à estrutura social imposta.
Vítimas deste processo cultural, tais corpos, dóceis, e por isso impotentes no rompimento com seus modos de ser, impostos e não detectados em tempo hábil, na formação do ser, acabam por ser suprimidos e até mesmo enjaulados em uma forma de ser. - Não há como não ser, assim, deste jeito, tão somente 'certo' que não derroga espaço a outro certo jeito de ser. É a supressão do espírito, em suas infinitas formas de ser. Até que ponto certas relações sociais, frutos de uma cultura singular e estrita, por serem 'imperativas' impedem outras formas mui imperiosas de ser?Dizem que o poder de elevação do espírito, fundado no amor, não está na perenidade das relações que esse mantém com a alteridade. Esse é apenas papel coadjuvante, e por mais perene que seja, ainda é efêmero, face a esta própria perenidade. O condicionamento apaga. O poder de elevação do espírito está nos poros, que denunciam a onipotência da alma. Poros-janelas, que apresentam as outroras ditas insondáveis regiões do ser. É possível preencher vazios, reformando superfícies. Será que sua forma de ser, corrompe e castra outras diversas potenciais formas belas de ser?

Raphael Bortoli de Souza, em 09/03/2009

O silêncio, o poeta. O horror, o grito. E a poetiza.




Se há algum jardim em que valha a pena caminhar, é aquele em que se permite caminhar descalço, contemplando a verdade das coisas. É aquele em que o som propagado é o dos pássaros, nos mostrando a sua pequena liberdade de ser assim. É aquele em que não há perigo de machucar o pé e as rosas não tem espinhos, pois não necessitam dos mesmos. É aquele em que o poeta não precisa escrever, e que o silêncio só basta...

Entretanto, a elevação dos sentidos proporcionada por tal lugar se dá com acentuada volúpia por um especial fato: tal lugar representa a saída da tensão comum. Tal lugar representa o diferente, o belo, justamente por romper com o estado de tensão no ser. Thaumazein. Fascinação dos sentidos. A calmaria almejada após a tempestade que é ser no mundo contemporâneo. E haveria tamanha apreciação em estar em tal lugar se não houvesse um estado de tensão? Se não fosse 'assim', 'deste jeito', o modo de ser no mundo contemporâneo?

Diante da evidente incapacidade de não se submeter ao estado comum de ser, tensão dos sentidos, nos vemos diante de um estado de horror. Horror sim, horror. O mais puro estado de horror. Pois é justamente quando evidenciamos a imposição do fato social que se irrompe no silêncio nascendo a lúcida percepção, manifesta no mais profundo e horrorizado grito. Grito. O grito...!


Deste modo, é nesta dualidade permanente, guerra e paz, acolhedora de estado de tensões - onde mesmo o silêncio de um especial jardim representa uma afronta à tensão do estado de existência contemporânea - que temos o amálgama (sic) moral que entra em choque com o ser natural dos entes inteligentes. A moral e o costume enquanto antinatureza. Valores que chocam com atos que irrompem pelo instinto do ser, que insiste em ser o que é. Instinto que grita. Conflitos que solapam e curiosamente ao mesmo tempo constroem “identidades”. E que fazer, nesse momento? Recorrer às poetizas? “Como somos uma espécie condenada, prisioneira num barco que naufraga, como tudo é uma farsa de mau gosto, desempenhemos, afinal de contas, nosso papel; mitiguemos as penas dos nossos companheiros de prisão... decoremos o calabouço com flores e almofadas; sejamos o mais corretos possível.” (Virgínia Woolf)
Eng. Raphael Bortoli de Souza, em 16/05/2009

Ensaio sobre a tolerância

Existem formas de ser, que não devem se contrapor às nossas formas de ser. Flexibile, a-tensão... observação. E, de algum modo, contemplação. Inseridos nesse espectro de ar leve, nos colocamos alheios ao atrito e à violência que dança naquele espectro de tensões. Não que esse estar alheio seja um dever-ser, irrevogável, o que por si só já tornaria essa a-tensão uma tensão, mas o que se pretende aqui é mostrar uma via possível para olhar as coisas sob novos modos. Novos modos...E que por serem novos já carregam em si o apelo de sua identidade - "eu não sou aquela espécie de tolerância cristã". Aquela mesma com ares de sacristia, que "olha de cima", pois perdoa, afinal não sabem o que fazem. A espécie de tolerância que falo, ou tento mostrar, possui muitos e muitos apelos para a sua identidade - "eu não sou aquela espécie de sagaz e prostituta sapiência socrática", que se vende pela verdade. Eu transpasso por ela. Eu tolero até mesmo a verdade.Eis a tolerância em sua identidade: o puro fluxo e movimento que tolera até mesmo a percepção. Tolera a si mesma, tolera o nada... tolera o tudo.E é justamente nesse fluir, que a percepção nasce de modo mais limpo e passa a percorrer vias alheias àquilo que é comum. E deste olhar de fora, apreende o comum. Indaga o comum. Se lança em profundos mergulhos no comum e o sente. E o perscruta. E até mesmo o vive. Mas não se contamina por ele.No contato com aquilo que é comum, deste modo singularmente tolerante, criam-se conexões que nos permitem dialetizar. É a dança da transformação. Surge a troca dialética que compreende, e portanto é educada. Derroga-se a relação vertical nessa comunicação. Aquela que participa, e tolera, e compreende, enquanto educa é educada "em diálogo com o educando, que ao ser educado, também educa ...'. - Desse processo, advém um conhecimento que é crítico, porque foi obtido de uma forma autenticamente reflexiva, e implica em ato constante de desvelar a realidade, posicionando-se nela." - como diria o prof. Paulo Freire.

Nesta postura, e nesse justo e pragmático sentido de ser, extingue-se naturalmente certos rastros e espectros, estes, por sua vez, fatos geradores de especiais condicionamentos – aqueles da moral de rebanho. Evocadores da supressão cabal do processo reflexivo e do senso crítico. Mas a questão dos rastros, espectros e moral de rebanho já é outra história. Deixemos esta parte para depois. :)

Raphael Bortoli de Souza, em 31/03/2009